quinta-feira, 30 de abril de 2009

Estilo e Imagem: Criando seu personagem

Novidades fresquinhas para você na coluna de hoje.
Lucia De Biase Bidart traz novas dicas!!

Não fale sobre seus pontos fracos

Salvo em situações muito especiais, jamais sequer mencione seus pontos fracos. Lembre-se de Umberto Eco: “Quem faz o discurso faz a realidade”.
Se você tiver hábito de falar sobre suas fraquezas, elas irão grudar na sua imagem, terminando por grudar na sua identidade também. É preciso levar em consideração o poder, ainda não suficientemente conhecido, da linguagem verbal. As palavras, sobretudo aquelas muito repetidas, tornam-se realidade. Geram o poder que as crenças detêm. A linguagem monitora o cérebro e constrói realidades. Assim, acostume-se a somente falar sobre os aspectos bons de sua identidade para construir a imagem desejada. E, internamente, trabalhe com afinco e determinação sobre os seus pontos fracos.
Com a mesma agudeza e obstinação que procura e descobre seus pontos fracos, trabalhe em cima deles, como se fosse, efetivamente, um produto a ser melhorado, ao qual sempre se pode acrescentar um aperfeiçoamento, um diferencial, ou mesmo substituir por um outro personagem que desenvolva um outro roteiro. Mas em silêncio. Nas grandes tradições de sabedoria humana dúvidas são bem-vindas, pois criam a possibilidade de serem dirimidas, fortalecendo, ratificando ou retificando verdades anteriores. Grandes mestres costumam dizer que as pessoas só começam a aprender quando começam a duvidar. Mas dúvida e fraqueza são momentos só seus. São protagonistas de seu mundo interior; não são públicas. Não é bom correr o risco de incorporá-las a sua imagem.


Observe as coisas por diferentes ângulos, e em diferentes perspectivas temporais saiba ressignificar e relativizar!
O sexto passo deste roteiro diz respeito à forma de ver as coisas. Vivemos em um sistema educacional que persegue a padronização dos seres humanos, em flagrante desobediência à determinação da Mãe Natureza que deseja nos ver diferenciados, pois assim nos fez. E, por ser padronizador, esse sistema educacional não nos incentiva a amar a diversidade, a buscar a pluralidade e à descoberta das riquezas que as diferenças encerram. Acostumamo-nos a olhar as coisas pelo mesmo ângulo, o nosso próprio ponto de vista, geralmente moldado pelo desejo de nossos educadores, ou seja, meio cultural, família, enfim, o que nos cerca. Não nos damos ao cuidado sequer de perceber que nosso ponto de vista é apenas o nosso. Quando nos movemos para o ponto de vista dos outros, aí sim, começamos a ser capazes de ver as coisas como são: relativas e sistêmicas.

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